Sepulcros caiados
Repousam contentes,
Espasmos calados
Rebentam doentes,
Matizes felizes
Cheios de esperança,
De parcas perdizes
Prometem bonança,
Formas falhadas,
Bocas presunçosas,
Couraças armadas
Rugem raivosas;
Num país bem longe,
Mais longe que o sol,
O barão e o monge
Morderam o anzol,
Pegaram nos feridos,
Cuidaram dos mortos,
Honraram perdidos,
Mimaram os absortos,
Mas já nem dos mortos,
Daqueles que havia,
Sobrava a lembrança,
Bem à luz do dia;
E os feridos tantos,
Que nem os contava,
Só vi os encantos
Daquela que amava;
Também os sepulcros,
Sepulcros caiados,
Viviam estultos
E eram amados.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
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