Hoje é o dia em que nunca mais seremos,
Afastamo-nos,
Talvez um dia nem as memórias se saibam definir,
Ou quem sabe
o teu olhar ferido,
Aquele instante enternecido
Do nosso eterno regresso.
Mas como podia adivinhar,
Eu, de natureza fraca, inseguro,
Que aquele olhar obscuro
Era apenas o começo?
Era o bem e era o mal,
Era o suco vaginal,
O branco esplendor dos mármores,
A seiva que escorre das árvores…
Se soubesses que ainda hoje vi a turba passar;
Devias ver como esmagava tudo à sua passagem.
Por um momento pareceu que se dirigia a mim.
Dir-lhes-ia apenas,
Que tu és bela,
E tenho tanta pena de um dia morrer.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
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