quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Silêncio,


Acalma as vozes que dentro de ti urgem,
A sofreguidão de respostas.
Habitua-te à incerteza como um cego
Se habitua à escuridão.

Não te esmeres, nem insultes os Deuses
Em latim, em grego, em prosa ou em verso,
Pois quando compreenderes (finalmente)
Que a resposta é a indiferença naturae,
Dar-te-ão por solilóquio o silêncio.

Não te regozijes quando os vires, os teus inimigos,
Emudecer de vergonha, e se porventura
Esboçarem o riso trocista dos vigários,
Acompanha-os na piada.

Não persigas um bandido, mesmo que eloquente
O apanhe o acaso desprevenido na última das
Suas trapaças. Pois por mais que vocifere,
O seu estrebuchar transmitirá só o silêncio.