segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sinto a fragilidade de ser homem
Nesta ténue memória
Dos orgasmos esquecidos
Como a hora aflita passa
E o cheiro dos mundanos perfumes.


É quando entro em ti
Sôfrego te afago e torturo
Saio exausto e incerto
Desse mundo visceral

Saio exausto e perdido
Esmorece-me a veia animal
Nesse labirinto de entranhas

Não sinto mais universo

Do que de novo, sair de ti
Criança nos teus braços*





*nota do autor: Ao encontro dessa tendência hodierna de descortinar sexo em todas as expressões artísticas, o autor deste blog resolveu tornar o sexo explícito, e assim poupar trabalho aos nossos ilustres psicólogos e exegetas.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Os ecos da tua voz
Surdos, no espaço,
Perdidos entre mil canções esquecidas...

Sem fim à vista
Do lugar de onde vens

(para onde vai tanto labor?)

Sem resto da memória que fica
Sou o teu último despojo
Lembrando uma carteira de fósforos

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Ode à vagina

Vernáculas Parcas
De instintos dourados
À fraca estepe humana concedei
A hora fugaz
A um canto elevado:

Nem a reis nem a heróis se consente
Tamanha honra lograda
Que não possa ser fundada
Na esquálida vagina, roseta ou rosácia,

De tantos nomes uma só natureza
De humores feita riqueza
Do mundo e ao mundo ancorada;

Por tantos amada e odiada
Clitóricos licores que emana
Baptismo de ricos e pobres
Do suor da fêmea gerados,

...Profana!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Saia a Palavra,

livre, desconexa

no espaço

procura sentido,



Despida

Como um corpo que me invada

pedra lançada

Em suaves carícias,

A Palavra

Corre por dentro
(se é de dentro que exala)

Chega ao seu termo

Até que, incompreensível,

Se espalha pelo nada!