segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A um velho amigo da social-democracia,




 Ao velho perdigão fugiu-lhe o chão,
Coitado, o crente nosso
Dos ideais, dos sociais e democratas
Estatelou-se democraticamente no chão,

Aos olhos confiantes de outrora
Cravou-se na face a melancolia,
Que vê passar um e outro dia,
Sem ver gorja nem esmola nem pão,

Nem pró cigarro fumar,
Nem pra beatas e bilhar,
Nem dama à vista?
Oh meu Deus, Ajuda!

Que me acuda são Cavaco, acuda!
Não há cores nem laranjas que valham
Contra este sem-fim-à-vista, a fome
Sem retoma e a barriga a crescer?

Cavaco, quero morrer sem dar cavaco,
Mas promete, timoneiro,
Na minha ultimada sepultura,
Uma bela rosa laranja no canteiro!