Erguemos as bandeiras bem alto,
Gritamos de pulmões cheios,
Falamos todas as línguas,
Conhecemos todas as culturas.
Passamos, estreitos, a ideia do sonho;
Tornámo-la real,
Chora-mos por ela,
Violámo-nos por ela;
Sofremos… quantas vezes sofremos!
Ressuscitamos Deus,
Devolvemos os santos aos altares,
Absorvemos as palavras dos homens
como as dos santos.
Tomámo-los por Deuses,
Enfim, tornámo-nos, nós próprios, Deuses;
Quietos ao seu próprio olhar;
Quantas vezes, mas quantas vezes!
Nós, Deuses, descemos do nosso
Altar e beijámos a primeira moça suja que passava.
Lavámos-lhe a face com as suas próprias lágrimas.
Agora, lavam a nossa própria face com as lágrimas de outros.
Apesar de tudo, não somos loucos!
Não, loucos não somos;
Somos sóbrios… demasiado sóbrios,
Tão sóbrios, que poderiam construir
uma nova Babel sobre as nossas cabeças;
Poder-nos-iam dar a honra
de reis da festa e, mesmo assim,
tomarem-nos por palhaços;
Mas a mudança chove todos os dias
E não encontramos Deus, nem na Cruz
nem nos Céus;
Apenas um sabor amargo,
E um mundo imenso lá fora…
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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