quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Disseste exalar dos meus poros o odor pútrido do perfume barato das turbas, ao que eu repliquei: "Qualquer servirá, desde que oculte a fragância de uma alma."
Lembro-me de raparigas suecas, louras, de peitos firmes, tornadas loucas por décadas de consaguinidade.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Já estava na hora de ver choro sincero. Choro sincero em tempos de performance. Lamentos não calculados, verdades absolutas em tempos de relatividade. De novo, um Deus único, ou vários Deuses, mas Deuses! Antes os Deuses à moda antiga que os seus substitutos. Já era tempo de alguém rebentar com esta pasmaceira. Deus de Abraão, Akanethon, semideuses e outros… Continuem a ser a solução. Direi a mim próprio aquilo que existia e não existia, e no entanto conhecia tão bem toda esta história… Cheguei então a esse Estado de Alma inerme em que só queremos que nos odeiem para não sermos indiferentes.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Como disse o mestre: «Há já muito tempo que o ar nesta latrina se tornou irrespirável!»

Já estamos fartos de carreirismos! Estamos fartos de modelos! Estamos fartos de estar fartos! Queremos voltar a ser hyppies e ainda com os cotovelos rotos ser heróis, doidos, amaldiçoados ou belos. Porque é que será que Cristo recusou a luta política?
I

Saiu de soslaio pela soleira da porta em direcção ao Parque. O seu local de trabalho desde que a vida lhe provou que não iria ser o imaginado. Precipitou-se dentro de comboio para mais uma longa jornada de comboio. Já não sente as viagens nem o tédio dos jornais gratuitos onde todos fixam o olhar para não se encarar. Os olhos que furtivamente passa por outros olhos e as vontades fixadas num simulacro da paisagem.
Já não se pergunta a si própria quando é que na vida se deixou de perguntar porque é que nesse enorme xadrez passaria a ser um mero peão. Chegada a altura em que se limita a viver com equilíbrios instáveis de conformidade e revolta.

II
Alguém disse um dia que se os homens não construíssem cidades as ratazanas se passeavam pelos campos. Foi a civilização que as obrigou a descer ao esgoto e assim, adaptar-se a um novo estilo de vida forjado numa nova identidade. Passam estes outros animais a forjar a sua própria identidade e a enganar um cérebro repleto de instintos animalescos com distracções para adultos.

III

O comboio parou. Aí embarcou num outro numa curta viagem de 25 minutos que a levaria directamente ao Parque. Rápido avistou o perfil da mascote do Parque desenhar-se no horizonte como cartão de visitas do Parque. Era um pequeno ratinho com ar ingénuo e olhar fisgado coadjuvado por uma plêiade de ajudantes em formas de pato, cão, periquito.