sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Lava...

Lava...
Com a ponta da língua molhada
Todas estas memórias

sujas

Lava...
Que o mundo jamais será nosso,
E a vã esperança que assola
Lava-a,
Com a ponta da tua língua molhada


Lava...
Ainda antes que chegue a noite
Serei apenas um corpo
Na ponta da tua língua molhada...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Consumir-te...

Consumir-te...

Até não não haver mais febre nos teus olhos,
E esgotar a tua sede de vida,

Fazer da própria vida uma obra de arte,

Caiu da cerejeira a folha,
Bela como o cadáver no caixão

Agonia...

Num olhar que inala o fumo
Sorvido ao ritmo da frustração

Consumir-te, apenas
E mais um dia de viagem

sábado, 12 de janeiro de 2008

Acabaram-se os poetas!Mortos! Funestos em horas prozaicas,Poetas...loucos disfuncionais
Morte, parasitas;
Não mais vidas malogradas,
Não mais soldado desconhecido,
Não mais guerra clássica;
Vidas de cento e trinta anos ou mais...Mas não poetas,
Elogio de gente viva e sã---viva e seja consagrada
Poetas já não somos, mas apenas sono sem sonhos

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Lua, fétida lembrança de um olhar entristecido, queda em mil maravilhas, certos milagres e ondas do mar. Sou só, arrastado no teu vagar pelo espasmo cansado dos dias...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Em solavancos de memória esvai-se-me a imagem de um supermercado a fechar e um olhar que se esgueira. A minha habitual continência mantém-se até nestes momentos críticos. Agora, adulto, deleito-me apenas com as imagens gastas de poetas bem conhecidos.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Nos tempos em que servi, nunca fui daqueles que se deixasse passar a perna. Quando era criança desconhecia a existência de poetas, embora estivesse seguro que eles existiam. Apenas sabia que os poetas eram sinceros e exprimiam sentimentos.
Saúdo-te, Mundo Novo e impérios que caem. Gente bonita das revistas que passa sorrindo. A todos cumprimento e retribuo o sorriso. O pôr-do-sol que é de uns também é de outros.