terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Homenagem a João Peste

Lembras-te João,
Da folie dos oitenta e das festas
De cores garridas, as mulheres
Peludas e os óculos démodés?
Os toques desgarrados na
Guitarra que parecia abrir
Caminho, as noites de loucura
E embriaguez – o pleno, o
Esquecimento?
Era nesses momentos que
vinhas a ti, nu, original num
templo descarnado onde sacrificavas
toda uma vida de conforto e mediocridade
por um momento de verdade?
Então o mundo abria-se sem par,
Cheio de possibilidades e sensações,
Uma só descoberta e adormecias.
Mas de manhã, quando acordavas,
Era tudo mentira, e só a
Ressaca descomunal te fazia voltar
ao pesadelo, ou o deserto e a
falta de perspectivas e um
mar de incompreensão e intolerância.
Sim, talvez fosse essa a verdade, mas
O sonho segue vivo.

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