segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dia 25 de Abril, A Álvaro Cunhal

Ah! Manhã!
Apeteces-me à uma
só e una,
Sob o sol primaveril
Que traz a esperança,
A quem tem pouco traz pouco,
A quem de muito bonança,
Manhã de Abril!
De infaustos gaiatos
que brincam na rua,
Minh'alma é só tua,
Portentoso Abril,
Abrupta memória
Inexistente
Do soar fantástico
E hinos de glória,
Agora és de plástico,
Plástico? Nem plástico,
Só absurdo,
Como sempre na história
Te disfarçaste
Como sempre na história
Nos desenganaste
Ao nosso triste fado,
Como sempre na história
O operário respira
O ar envenenado,
Ah! Abril, eterna tristeza,
Eterno naufrágio,
Que já quando era nado
Eras já, Abril corrompido,
Prostituído,
E há quem te encontre um
tom de estío?
Nada, Nada,
De nada servem mais canções,
Preces e ilusões
Mas coragem, só coragem,
Coragem de perder!
Respeito!
Força Abril!
O da memória inexistente...

3 comentários:

Lugones disse...

Bastante interessantes, estes poemas de Abril.
Um abraço!

Alberto Colima disse...

Obrigado amigo!
Taambém tens aí uns escritos interessantes.
Um abraço!

Clube dos Contribuintes Mortos disse...

concordo com o Lugones.
do que li... tem costela de Fausto Bordalo Dias em si!
:D