quinta-feira, 15 de abril de 2010

Gaivotas sanguinárias

Dissera avaro um dia assim,
que a estupidez humana é
inexorável
E a bondade, esse monstro
de mãos largas
Sorria-me
como quem dá,
como quem tira,
como quem sofre.
Exclamou-se que a loucura
é contagiosa,
e não tardarei em surpreender
os vizinhos com olhos esgazeados,
como quem dá,
como quem tira,
como quem sofre,
E as ideias, essas..., valem de pouco,
e o homem vale pouco,
e a carne de pouco vale,
Talvez por isso a gaivota
a trazia suspendida no bico,
como quem dá,
como quem tira,
como quem sofre,
E as gaivotas suas amigas,
essas de penas brancas
como um peluche,
cobiçam-lhe a carne pouco valiosa,
como quem dá,
como quem tira,
como quem sofre,
Enquanto a carne solitária
estrebuchava, sozinha e
estrebuchando, pensavam as
gaivotas: se todas trazemos a
nossa carne no bico,
[e] quem dá?
[e] quem tira?
[e] quem sofre?

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