Acalma as vozes que dentro de ti urgem,
A sofreguidão de respostas.
Habitua-te à incerteza como um cego
Se habitua à escuridão.
Não te esmeres, nem insultes os Deuses
Em latim, em grego, em prosa ou em verso,
Pois quando compreenderes (finalmente)
Que a resposta é a indiferença naturae,
Dar-te-ão por solilóquio o silêncio.
Não te regozijes quando os vires, os teus inimigos,
Emudecer de vergonha, e se porventura
Esboçarem o riso trocista dos vigários,
Acompanha-os na piada.
Não persigas um bandido, mesmo que eloquente
O apanhe o acaso desprevenido na última das
Suas trapaças. Pois por mais que vocifere,
O seu estrebuchar transmitirá só o silêncio.
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