Em todas as épocas,
Daquelas que existiram,
Seria difícil imaginar
A vileza em que vivemos.
Se alguém que existiu,
Noutros tempos, noutras eras,
Vive ainda;
O seu espírito
em tudo o que existe;
Transmutar-se-ia
A sua boca e ouvidos,
Nariz e garganta,
Seriam apenas olhos,
Uns olhos estúpidos e desérticos;
Veria, com olhos estúpidos,
Indiferentes ao seu reflexo,
Tal como o espelho o é,
Seja feio ou belo
o seu objecto.
Esse espelho,
Estúpido,
Passaria diante de nós,
(Porque não dotá-lo também de pernas?)
O Belo e aparente,
Deleitar-se-ia,
Como é belo.
O feio veria apenas
o que é;
feio.
Então esse espelho,
O de olhos vazios,
Ver-se-ia em outro espelho;
O que seria?
Porque não imaginar?
Os seus olhos vazios
transformariam
Vida,
Natureza morta,
Frutos podres;
Em vida;
As pequenas infelicidades de cada um
Em troféus,
Recompensas;
O medo de viver
Ver-se-ia
Então,
Ao espelho.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário