Porque falavas como já ninguém fala,
A razão para falares sem cessar,
Com calma e clareza, mais fala,
Como se o mundo estivesse a acabar,
A Ti, que respeitas o silêncio
No silêncio quebrado dos murais
Sujam breves e incisivas no silêncio,
Baluartes, espadas e punhais,
Que a tua voz plausível, sage e insigne,
Elevada sobre a sombra da suástica,
Prevaleça como um repto rectilíneo
Sobre a nova assepsia pornográfica.
A cidade, velha astúcia, é hoje morte,
A concórdia, mentira descarada,
Mas de ruinas, a tua voz sairá mais forte
Nessa nova e ansiada madrugada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário