Suspensa
trago em mim,
A dor ultrajante dos vencidos,
Os gemidos mudos esquecidos,
A Fúria conquistadora de Trajano,
A verdade perdida da mudança,
A glória dos Deuses gregos em desgraça,
O espírito indomável saltimbanco,
As angústias de Plínio e os cruzados,
A herança pesarosa do corpo
Do sem-abrigo, o sono inquieto,
O fardo do tempo
E a náusea do mediano,
E a fome, esse monstro insaciável,
A loucura de Nero quase artista,
Um Tibério a laivos tiranete,
O absurdo de Calígula e as mães
De todos os que se contentam com o mundo,
Suspensas trago, a prisão e o desespero
Inimigos sempre à espreita
Mas trago o poema da montanha
E a embriaguez necessária,
That’s the living…